Olá todo mundo! A ideia deste blog surgiu da necessidade de compartilhar filmes para download com um propósito bem simples: serem filmes que nos “tiram o sono”. Não pensem que vamos encher este espaço apenas com horripilancias. Decerto que estas acabam com o sono de qualquer criança, mas o nosso, adultos cheios de males do século, pode ser "perdido" de diversas maneiras. Além de postar os filmes faremos, sempre que possível, sinopses ao nosso modo. Então não esperem sempre uma descrição muito exata dos filmes e nem informações esmiuçadas. As sinopses convencionais, geralmente, são limitadas e só servem pra vender o filme, coisa que não estamos mesmo fazendo aqui! Utilizaremos links públicos do torrent e pedimos obsequiosamente que semeiem os filmes!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Guilty of Romance (2011)



Kazuko é uma policial que foi chamada para investigar um assassinato em que a vítima foi esquartejada e suas partes unidas a pedaços de manequins. Enquanto Kazuko tenta descobrir a história da vítima, se depara com uma história tão chocante quanto o crime em si, a história de duas mulheres que, apesar de demonstrarem grande inocência e delicadeza, guardam os mais obscuros desejos dentro de si.

O cinema de Shion Sono é tão perturbador, conturbado e sangrento quanto hipnotizante. Cineasta peculiar, o japonês assume a sua veia poética e reflete-a sempre de uma forma ponderada nos seus filmes. Veja-se por exemplo a atenção aos detalhes com que filma em "Guilty of Romance": a repetição constante de cenas, os belos planos, a relação visceral entre as personagens e o ambiente que os rodeia. Autor transgressivo, há tanto aqui de satírico como cruel, especialmente na forma como é abordada de uma forma quase obsessiva a forma como três pessoas diferentes encaram e se relacionam com a sua própria sexualidade. O sexo e a morte sempre em sintonia como um bailado sangrento que só Shion Sono sabe criar. Em "Guilty of Romance" assume-se a forma de um thriller psicossexual poderosamente guiado pelas excelentes interpretações das atrizes protagonistas (Miki Mizuno, Makoto Togashi e Megumi Kagurazaka) que se entregam literalmente de corpo e alma a uma história negra como esta. Uma história selvagem sobre desejo sexual, auto-descoberta e descontrole que completa a Saga do Ódio do cineasta japonês, composta pelos igualmente bons "Love Exposure" (2008) e "Cold Fish" (2010). Funde-se entre a exuberância da fotografia de Sôhei Tanikawa (Love Exposure) e a poesia da banda sonora de Yasuhiro Morinaga, para dar um tom extremo a uma história que assume alguns contornos do cinema noir. Admitimos que no meio desta experiência, que também é visual, Shion Sono se perde um pouco na sua intenção. Mas culmina de uma modo tão pungente, confuso e perturbador numa história tão bem liderada que, de fato, há muito por onde perdoar.
FONTE: splitscreen-blog


Se me perguntarem “diga um filme que bagunçou com a sua cabeça recentemente” eu respondo: Guilty of Romance. Os comentários acima refletem muito bem do que se trata o filme, eu não tenho muito a acrescentar, exceto minhas próprias sensações. Esse é um filme bonito, mas com algumas atuações caricaturadas demais, uns planos ótimos, iluminação em algumas cenas incrível, mas em algumas outras sofrível. O filme tem seus altos e baixos de direção, mas no geral eu gostei bastante. Fiquei impressionado com as reviravoltas da história, fiquei feliz, fiquei triste, enjoado, perturbado. Absorvi bastante as emoções do filme, e por isso o filme foi incrível para mim. Esse ainda não é o melhor trabalho do diretor, abordando o quesito técnica, mas esse foi o que mais gostei. Toda a paixão, a loucura, a liberdade, a expressão – vida – de suas protagonistas e o nojo da sociedade por quem vive à margem, sendo que a própria se beneficia da sujeira da sarjeta onde escória se encode e faz ninho.
A cena em que a mãe de Mitsuko expressa toda a repugnância pela filha à um estranho foi para mim um ponto alto, altíssimo. Fiquei em silêncio, lendo e admirando todo aquele ódio pela própria filha.
Eu gostaria poder falar sobre diversas cenas, mas não é para isso que vim. Vim para lhes trazer a insônia.

p.s. baseado em fatos reais











Audition (1999)




Eu acredito que existam momentos para se assistir determinados filmes. Por exemplo, tenho um filme há 3 anos e ainda não o assisti, quero, mas sei que não devo – sinto-me um pecador –, mas um outro, que tenho faz somente 2 anos, finalmente assisti. E é ele que vos trago.

Conheci o trabalho do diretor japonês Takashi Miike com sua obra Ichi The Killer. Então busquei mais e mais filmes desse tão curioso diretor. Dentre os seus quase cem filmes encontrei outra grande obra, arrisco dizer que é um de seus melhores filmes, referência de suas produções, Audition.

A narrativa se desenrola na solidão, nas mentiras e no amor. Sete anos após a morte da sua esposa, um executivo de uma grande empresa, Aoyama, com a ajuda de um amigo cineasta, assiste a uma audição para a escolha de uma atriz, para o papel principal. Essa audição tem indiretamente o propósito de encontrar uma possível esposa para Aoyama. Imediatamente, Aoyama fica fascinado por uma delas, Yamazaki Asami, uma bela e misteriosa jovem com formação em balé

Alguns podem achar um filme chato e demorado, mas ele é feito como uma armadilha, se arma uma arapuca refinada para amarrar a crescente tensão e sutilmente desenhar a loucura da paixão. Claro que só falo bem do filme, afinal eu gosto muito dele.
Assisti esse filme no final de semana que se passou. Estava eu, com febre, sozinho e triste, então fui assistir Audition, já sabia um pouco do que se tratava, por isso fiquei ansioso pelo ápice. Então aqui deixo o conselho de não procurar sinopses maiores do que a fornecida aqui, deixe a loucura te levar.
Audition é de tirar o sono de alguns, se pensar na solidão, na solidão que o amor traz. Um casal desesperado por amor, por companhia. Um casal disposto à imoralidade e loucura para ter a quem amar, quem chamar de seu; cada um com sua armadilha. São os tais “dispostos” se atraindo. Interpreto Audition como um filme, acima de tudo, sobre solidão, sobre amor, e possessão. Para mim um filme apaixonante.